Suicídio, na clássica definição do sociólogo Durkheim, é
todo caso de morte que resulta direta ou indiretamente de um ato praticado pela
própria vítima, o qual ela sabia dever produzir este resultado; ainda, o
suicídio pode ser considerado um ato consciente de autodestruição, que pode ser
compreendido como uma enfermidade multidimensional em um indivíduo carente.
Ainda, também pode ser entendido como um ato que deflagrou a morte, perda da
vontade de viver, desejo ou a intenção de autodestruição e o ato em si que
levou à morte.
Nesse sentido,
pode-se considerar que o suicídio não é apenas um ato casual ou sem finalidade,
mas sim o resultado de uma crise que está causando intenso sofrimento,
englobando conflitos entre a sobrevivência e um estado de estresse insuportável
que levam a um grande sentimento de angústia e à uma necessidade de fuga. Logo,
é imprescindível reconhecer os fatores de riscos, os quais podem ser
diferenciados em proximais, ligados ao ato suicida e agem como desencadeantes,
e distais, base sobre a qual se estrutura o comportamento suicida e contribuem
para aumentar a vulnerabilidade dos demais fatores de riscos.
FATORES RELACIONADOS A ESSE ATO
- podem englobar as tentativas prévias,
- doença afetiva,
- isolamento social,
- doenças mentais,
- desemprego,
- história familiar,
- ausência de apoio social,
- forte intenção suicida,
- eventos e variáveis demográficas e socioeconômicas.
As situações mais importantes a serem observadas no
comportamento suicida são o aumento na prevalência de transtornos depressivos e
do uso abusivo de substâncias psicoativas, mudanças psicobiológicas e nos
padrões de aceitação de comportamentos suicidas, diminuição na data de início
da puberdade e aumento na disponibilidade de modelos suicidas
Quanto a
recorrência, no Brasil, as taxas de mortes por suicídios são de baixas quando
comparadas a outras regiões, no entanto estão aumentando na faixa do adulto
jovem, principalmente no sexo masculino. No panorama geral, de acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS), houve um incremento de 60% entre as mortes
por suicídio nas últimas cinco décadas, sendo que a taxa mundial de suicídio em
torno de 16 por 100 mil habitantes e uma projeção de cerca de um milhão de
pessoas para 2020.
A recorrência menor
de suicídio para mulheres se dá devido à baixa prevalência de alcoolismo,
religiosidade, atitudes flexíveis em relação as aptidões sociais e desempenho
de papéis e o reconhecimento precoce de sinais de risco e busca por tratamento.
Já os comportamentos masculinos que predispõem ao suicídio podem incluir
competitividade, impulsividade e maior acesso a tecnologias letais e armas de
fogo, assim como o não cumprimento de seu papel social numa estrutura
patriarcal.
SOBRE A PROTEÇÃO, PODE SER RELACIONADA COM OS SEGUINTES FATORES:
- estruturação familiar,
- bom relacionamento e apoio;
- personalidade e estilo cognitivo,
- que relaciona boas habilidades/ relações sociais,
- autoconfiança,
- estar aberto para os conselhos,
- soluções e conhecimentos;
- fatores culturais e sociodemográficos,
- que abrangem integração social e bom relacionamento.
POR FIM, DEVE-SE OBSERVAR TRAÇOS DE PERSONALIDADE COMO:
- humor instável e raiva,
- comportamento agressivo,
- antissocial e manipulativo,
- alta impulsividade, irritabilidade,
- pouca habilidade para resolver problemas,
- dificuldade em aceitar a realidade,
- baixa tolerância a frustrações,
- ansiedade,
- sentimentos de inferioridade e incerteza,
- comportamento provocativo ou de rejeição a colegas e adultos,
- relacionamentos ambivalentes com pais, outros adultos e amigos.