A frustração se caracteriza como um estado emocional que ocorre quando um desejo ou
uma necessidade não são realizados, tendo a sua intensidade relacionada diretamente
proporcional ao tamanho das expectativas. Também pode ser caracterizado como uma sensação
de incapacidade diante de obstáculos difíceis de se ultrapassar e que impedem de chegar onde
se deseja, ocorrendo quando um erro entre aquilo que se planeja alcançar e aquilo que realmente
aconteceu é identificado. Esse estado leva a um desânimo e incômodo que acaba criando uma
desestruturação emocional em vários níveis da vida do sujeito.
Então, quando o sujeito não aprende a lidar com a frustração ou se torna resiliente para
superar as dificuldades, acaba vivenciando falsas realizações e se apegando ao conforto de não
se meter em situações adversas, o que prejudica a sua constituição psicológica. Logo, quando
aparecem barreiras maiores, o sujeito se encontra sem vontade de ultrapassá-las, esperando,
assim, por gratificações instantâneas; consequentemente, experimenta sensações de fracasso,
falta de motivação, ansiedade, estresse e baixa autoestima, gerando medo de uma nova
tentativa.
A partir do momento em que a pessoa se sente frustrada ela tenta sair dessa situação, no
entanto, nem sempre a sua maneira de lidar com isso é correta. Muitas pessoas escolhem fugir
da situação, ignorando seus sentimentos, além de evitar situações futuras parecidas com aquela
ou, ainda, compensam suas frustrações com comportamentos que podem causar danos físicos
e mentais; para além, raiva, ansiedade, desânimo, comportamentos compensatórios e evitação
são sentimentos que podem estar ligados à frustração.
Assim, para lidar com essas situações deve-se, primeiramente, aceitar a realidade dos
fatos e acreditar em sua capacidade de realização, além de encarar essas frustrações como uma
oportunidade de crescimento e investir em autoconhecimento. Ainda, a psicoterapia se faz
capaz de ensinar o paciente a identificar as causas de sua frustração, dosar expectativas
exageradas e modificar os pensamentos disfuncionais envolvidos, sendo possível também
trabalhar com o desenvolvimento da resiliência, ou seja, a capacidade de se adaptar à situações
adversas e inesperadas, encará-las como aprendizado, vivenciando-as de forma mais e
adaptativa.
Em suma, embora possa remeter à sensação de fracasso, esse estado emocional é
essencial para a constituição psicológica dos indivíduos e, em níveis suportáveis, se faz capaz
de auxiliar no desenvolvimento da capacidade de adiar a gratificação, o que é fundamental para
o bom convívio em sociedade.