terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

SAÚDE MENTAL




💢A preocupação com a saúde mental da mulher no Brasil sofreu uma mudança nos últimos 50/60 anos, tendo o conceito de controle de natalidade dando lugar ao conceito de saúde reprodutiva, que compreende a saúde da mulher e seus direitos, levando programas a focar na assistência à saúde física e mental da mulher, desde a adolescência à terceira idade. Entretanto, a prática da assistência integrada possui déficits, uma vez que o sistema depende de vontade política, organização do próprio sistema de saúde e estímulo e treinamento apropriados da equipe de saúde.

💢Em 1984, o Ministério da Saúde elaborou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) que incorporou como princípios e diretrizes as propostas de descentralização, hierarquização e regionalização dos serviços, além da integralidade e a equidade da atenção. Assim, o programa inclui ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação.
💢A saúde feminina é afetada pelo contexto em que vive e fatores externos que a rodeiam, como aspectos socioculturais e questões de gênero, logo, a identificação e a modificação desses fatores tornam possível a prevenção precoce de algumas desordens. Assim, a invisibilidade do gênero traz consequências nos atendimentos à mulher, pesquisadores apontam que essas diferenças devem ser consideradas, por exemplo, quando aponta-se um nível de "tolerância" para que um comportamento seja visto como sintomático ele é diferente para homens e mulheres principalmente em situações como agressividade e da expressão da sexualidade; ou ainda, o fato de ver o sofrimento expressado pelas mulheres como dramático ou histriônico, o que desqualifica a precisão de um diagnóstico.
💢Nesse contexto, se faz importante trabalhar a saúde mental das mulheres sob o enfoque de gênero, a partir da compreensão de que as mulheres sofrem duplamente com as consequências dos transtornos mentais, devido às condições sociais, culturais e econômicas em que vivem, as quais são reforçadas pela desigualdade de gênero, que atribui à mulher uma postura de inferior e de subserviência em relação aos homens. Logo pensar em gênero e saúde mental não engloba somente o sofrimento causado pelos transtornos mentais ou as tendências individuais, mas sim entender o contexto no qual estão inseridas.
💢Em suma, deve-se buscar um atendimento mais eficaz às mulheres em que as questões de gênero sejam incorporadas como referências para que o profissional da saúde possa compreender as reais necessidades das mulheres que buscam um atendimento em serviço de saúde mental. Isso pode ser feito mediante a melhoria de informações sobre as mulheres portadoras de transtornos mentais no SUS, qualificação na atenção à saúde mental das mulheres, inclusão de um enfoque de gênero e integração com setores não-governamentais.


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