Na sociedade patriarcal a mulher desempenhava o papel de mãe e esposa, não possuindo
liberdade e sempre submissa, sendo suas funções a promoção da segurança e organização do
lar. Entretanto, desde o final do século XIX o papel da mulher na sociedade brasileira vem
sofrendo modificações e a mulher vem assumindo uma série de papéis que antes se referiam
prioritariamente aos homens, trazendo maiores demandas para as suas carreiras profissionais e
busca por estudo, deixando áreas antes primárias, como a maternidade e o casamento, em
segundo plano.
Neste cenário a mulher passa a ocupar um lugar mais ativo ao sair de casa e se inserir
no mercado de trabalho, passando a interferir na renda familiar e conquistando o direito de ditar
regras, fazendo com que o papel do homem seja reconstruído.
Devido a isso, desenvolveram-se novas formas de condutas e práticas nos modelos de família e em suas regras, o que, por
consequência, influencia a sociedade em seu geral.
No início dos anos 90 a houve uma redefinição de papéis e identidades masculina e
feminina. Foram as lutas e reivindicações dos grupos feministas que ajudaram as mulheres na
sua emancipação e entrada no mercado do trabalho e dos estudos. Além disso, também
contribuíram com essa questão as mudanças macroeconômicas relacionadas com o declínio da
manufatura e o aumento dos setores de serviço e consumo que levaram as mulheres a saírem
do ambiente doméstico e virarem mão-de-obra nas fábricas.
Pode-se citar os avanços
científicos, principalmente a invenção da pílula anticoncepcional que promoveu as mulheres
emancipação reprodutiva que rompeu com o determinismo biológico que sustentava a
diferenças de papeis na sociedade.
Apesar dessa liberdade a influência dos papeis tradicionais ainda geram conflitos.
Para
algumas permanecer no ambiente doméstico significa estagnação e frustração, assim, o trabalho
traz um significado de reconhecimento social e econômico, de satisfação e realização pessoal;
entretanto, para outras, o trabalho pode-se tornar motivo de culpa e sofrimento pela maternidade
tardia ou por não conseguir se dedicar 100% ao papel de mãe.
Vale ressaltar que sentimentos
negativos em relação a uma vida pessoal que se afaste do ambiente doméstico relaciona-se com
uma cultura machista e tradicional que enxerga a mulher como submissa e subserviente ao lar.
Para além, a mulher sente o peso das mudanças ocorridas dentro de uma sociedade
patriarcal.
Nas últimas décadas, registraram-se índices maiores de estresse feminino comparado
ao masculino ao longo do tempo, devido a sua dupla jornada de trabalho (trabalho fora de casa
e trabalho doméstico) e carência de atendimento especializado. Também constam maiores
queixas físicas daquelas que trabalham fora em relações as donas de casa, como por exemplo:
- gripes;
- dores pélvicas;
- abdominais;
- ansiedade;
- crises de hipertensão;
- cefaleias.
Logo, a mulher
contemporânea parece estar em uma luta continua de sobrecarga de funções e exigências.